PARQUE NACIONAL DE ITATIAIA
Objetivos específicos da unidade
Proporcionar recreação, turismo ecológico e
proteção da diversidade ambiental, assim como fornecer educação ambiental,
controle de erosão e conservação dos recursos hídricos.
A proteção de amostras de floresta pluvial
atlântica montana é um dos objetivos do Parna do Itatiaia, além de proteger
amostras de ecossistemas de campos de altitude, espécies raras, ameaças ou em
perigo de extinção. A proteção das nascentes de duas grandes bacias do Sudeste
e a possibilidade de realização de estudos científicos visando o manejo da área
são também seus objetivos que visam ainda a recuperação de áreas degradadas
pela ação humana, conservação da diversidade ecológica do parques e recursos genéticos
e proporcionar o visitante educação ambiental.
Histórico
O Parna do Itatiaia foi o primeiro Parque Nacional
do Brasil criado em junho de 1937, no governo de Getúlio Vargas. Está
localizado na divisa entre os Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São
Paulo, na Serra da Mantiqueira.
A região já foi habitada por indígenas da família
tupi da tribo conhecida como PURI que constituíram os primeiros nativos dessa
região; estudiosos apontam essa tribo como colonizadora do vale do Paraíba do
Sul.
Atrações
O Parque Nacional do Itatiaia se divide em dois
ambientes: parte alta e baixa da unidade.
Na baixa, os atrativos são o Centro de Visitantes,
cachoeiras, piscinas, trilhas na Mata Atlântica como: Lago Azul, Cachoeira
Poranga, Piscina Natural do Maromba, Cachoeira Itaporanni, Cachoeira Véu de
Noiva e Três Picos.
No Centro de Visitantes, é possível conhecer a
exposição permanente “Descobrindo o Parque” que apresenta um acervo botânico,
zoológico e petrológico, a exposição de montanhismo que resgata a história da
prática no Parque e a “Calçada da Fauna”, que reproduz as pegadas de diversos
animais da Mata Atlântica.
O Lago Azul é a atração mais próxima do Centro de
Visitantes, a menos de 500 metros. O percurso leva à piscina natural do rio
Campo Belo com área para banho.
O Complexo Maromba se localiza a 4km de subida
apartir do Centro de Visitantes e reúne a piscina natural do Maromba (a 1.100
metros de altitude), a Cachoeira Itaporani (450 metros a partir da ponte no
final de uma trilha que adentra a mata) e a Cachoeira Véu de Noiva (trilha se
inicia no meio do caminho para a Cachoeira Itaporani que segue 200 metros.
Os Três Picos podem ser acessados por uma trilha
íngreme de 6km pela Mata Atlântica, o que leva quase um dia caminhada. De cima,
é possível avistar o Vale do Rio Paraíba, a Serra da Mantiqueira e a Serra do
Mar. Seu acesso é mais recomendado com guia local.
Já na saída do parque, está o Mirante do Último
Adeus, local com vista panorâmica e privilegiado do parque.
Na parte alta estão o Pico das Agulhas Negras, o
Maciço das Prateleiras, o Vale do Aiuruóca e a Pedra do Altar.
O Pico das Agulhas Negras atinge 2.791 metros de
altitude, o ponto mais alto do parque e o quinto mais alto do país. É permitido
ao visitante caminhar até a base ou seguir até o cume. O acesso é feito a
partir do Abrigo Rebouças. Até a base das Agulhas Negras são 1.300 m que podem
ser feitos em 45 minutos. O maciço possui 17 vias de escalada em diferentes
graus de dificuldade. Certos trechos de subida exigem experiência que só são
possíveis com corda de segurança. A partir do topo do maciço das Agulhas Negras
é possível a visualização panorâmica da região – Vale do Paraíba, maciço das
Prateleiras e planalto mineiro. Possui escalada de diferentes níveis de
dificuldade, atendendo a diferentes públicos.
A trilha do Maciço das Prateleiras tem seu início
próximo ao final da estrada BR 485. O visitante tem a opção de caminhar apenas
até a base ou seguir até o cume.
O Vale do Aiuruóca tem a cachoeira de água gelada
que leva o mesmo nome e a formação rochosa Ovos da Galinhas. A caminhada é de
nível moderada e se inicia a partir do Abrigo Rebouças.
Com 2.530 m de altitude, a Pedra do Altar pode ser
alcançada em trilha que parte do abrigo.
No Parque Nacional do Itatiaia, é possível realizar
as seguintes travessias:
• Travessia Ruy Braga: 2 dias de duração e se
inicia no Abrigo Rebouças, que tem capacidade máxima de 20 pessoas por dia. O
pernoite é permitido no abrigo Massena ou Água Branca a partir de agendamento.
O início deverá ocorrer até às 10:00. Consulte regras para uso do abrigo Água
Branca:http://www.icmbio.gov.br/parnaitatiaia/images/guia_visitante/Normas__Reserva_e_Uso_do_Abrigo_%C3%81gua_Branca.pdf
• Travessia da Serra Negra: se inicia no Posto
Marcão, passa pelo Abrigo Rebouças e segue sentido Mauá com chegada na área de
Santa Clara. Segue o mesmo caminho da Caichoeira Aiuruoca. Capacidade máxima de
40 pessoas por dia. O local permitido para pernoite é na área particular
conhecida como Matão. Contato: posto.marcao@hotmail.com. O início deverá
ocorrer até às 10:00.
• Travessia Rebouças – Mauá (via Rancho Caído): 2
dias de duração e se inicia no Posto Marcão, passa pelo Abrigo Rebouças e segue
sentido Mauá com chegada na área de Santa Clara. Segue o mesmo caminho da
Caichoeira Aiuruoca e prosseguindo em direção ao vale dos Dinossauros (nascente
do rio Preto), seguindo pelo Rancho Caído, descendo pelo Mata Cavalo e chegando
no vale das Cruzes. Capacidade máxima de 20 pessoas por dia. O local permitido
para pernoite é apenas na área do Rancho Caído.
Seguem as diretrizes para as trilhas e travessias:
Aspectos naturais
A importância geológica da região é devida às
elevações do planalto do Itatiaia, onde o Pico das Agulhas Negras, com 2.787m
de altitude, é o sétimo ponto mais alto do Brasil. Outros picos, como a Pedra
do Couto, com 2.682m, e as Prateleiras, com 2.515m, também destacam-se no
planalto.
O Parque Nacional do Itatiaia é caracterizado por
relevos de montanhas e elevações rochosas, com altitudes de 650 a 2.780 m, que
se destacam sobre o planalto do Alto Rio Grande, nivelado a 1.900 - 2.100m; ao
sul, formam as escarpas da Serra da Mantiqueira.
O maciço do Itatiaia é divisor de águas de duas
bacias: a do rio Paraíba e a do rio Grande. O rio Preto drena a área nordeste
do maciço e deságua no rio Paraíba. Para o sudeste, o rio Campo Belo,
considerado o rio mais importante da região, acompanha o vale dos Lírios e
desce até a cidade de Itatiaia que é abastecida com suas águas. A bacia do rio
do Salto, no setor sudoeste, tem drenagem que abrange desde as Prateleiras e a
Pedra do Couto até a Garganta do Registro e partes do maciço de Passa Quatro. A
fronteira Rio de Janeiro - São Paulo é demarcada pelo rio do Salto. Na região
noroeste, o rio Capivari drena grande parte do “esporão” da Capelinha e
dirige-se para o rio Verde, formador do rio Grande. O rio Aiuruoca nasce na
várzea do mesmo nome e dirige-se para o rio Turvo, outro afluente do rio
Grande.
Relevo e clima
O Parque Nacional de Itatiaia é constituído por
rochas intrusivas alcalinas dos maciços de Itatiaia, do Cretáceo Superior e por
encaixantes do embasamento cristalino de idade pré-cambriana. Essas rochas
sustentam relevo de montanhas e morros da serra da Mantiqueira e do planalto do
alto rio Grande. Ocorrem, ainda, na área depósitos detríticos coluvionares e
aluvionares quaternários que caracterizam grandes corpos de talus e planícies
fluviais.
O Parque está implantado no maciço do Itatiaia, que
é um compartimento de relevo que ocupa a borda do planalto do Alto Rio Grande,
no contato com a serra da Mantiqueira. O Parna Itatiaia é caracterizado por
relevos de montanhas e montanhas rochosas, com altitudes de 2.000 a 2.780m, que
se destacam sobre o planalto do Alto Rio Grande, nivelado a 1.900 a 2.100m, e
que ao sul formam as escarpas da serra da Mantiqueira. Ocorrem ainda, na área
grandes Corpos de talus, desenvolvidos ao longo dos vales e no sopé das
escarpas da serra da Mantiqueira, e pequenas Planícies fluviais.
Seu relevo é constituído por Planície fluvial,
Corpo de talus, Montanhas e Montanhas rochosas de rochas como Gnaisses,
Nefelinas-sienitos-foiaitos, Quartzo sienitos e Sedimentos coluvionares.
As condições climáticas: mesotérmico com verão
brando e estação chuvosa no verão) nas partes elevadas da montanha, acima dos
1.600 m de altitude, e mesotérmico com verão brando sem estação seca nas partes
baixas das encostas da montanha. No planalto, a temperatura média anual é de
11,4º C, sendo janeiro o mês mais quente com 13,6º C; julho é o mês mais frio
com 8,2º C. A máxima absoluta apurada foi de 21,4º C, em fevereiro, e a mínima
foi de 15,4º C, em julho. As geadas intensas são comuns nos meses de inverno,
verificando-se com frequência granizo e, raras vezes, breves nevadas.
Fauna e flora
O Parque Nacional do Itatiaia se distribui em:
Floresta Ombrófila Densa Montana, nas áreas onde a altitude varia de 650 a
1.500 m; Floresta Ombrófila Densa Alto Montana, acima de 1.500 m de altitude;
Floresta Ombrófila Mista Montana em altitudes de cerca de 1.200 m com a
presença de Araucaria angustifolia e Floresta Estacional Semidecidual Montana
na vertente continental do parque, acima dos 500 m de altitude. Na parte mais
acidentada e elevada do planalto, acima de 1.600 m de altitude, começam a
surgir os Campos de Altitude.
Foram registradas 51 espécies de répteis, sendo
nove espécies de lagartos e 42 espécies de serpentes. A fauna de lagartos deve
ter, pelo menos, o dobro da riqueza apresentada e as serpentes poderão ser mais
numerosas, alcançando 60 espécies. O Parna contém um número significativo de
espécies que constam da lista brasileira de espécies ameaçadas de extinção.
Problemas e ameaças
As atividades ilegais na UC são difíceis de
monitorar, assim como a aplicação dos instrumentos legais é baixa na região. O
valor de mercado de recursos desta unidade de conservação é alto sendo de fácil
acesso para atividades ilegais, além de existir uma grande demanda por recursos
naturais.
A carência de recursos humanos também é uma das
dificuldades para a preservação do parque, pois a contratação de funcionários é
difícil.
A construção de infraestruturas no Parque tende a
crescer, mas está espalhada em cerca de 15% do território, assim como o turismo
e a recreação que também tendem a aumentar de forma ligeira.
A coleta de produtos não madeireiros permanece
constante e se encontra espalhada entre 5 e15% do parque, assim como a caça, a
extração mineral, a pastagem e a agricultura.
Os incêndios de origem antrópica permanecem
constantes gerando um alto impacto e ocorre de forma espalhada no parque.
A questão fundiária é considerada o principal e
mais grave problema do Parque. É preciso que desapropriar 20.000 dos 30.000
hectares que constituem sua área. A ação estratégica recomendada neste caso é a
compra progressiva e programada das terras para a regularização. Dois
mecanismos foram especialmente mencionados: o do banco de terras ociosas ou
públicas que possam ser trocadas, a constituição de um Fundo Intermunicipal e
Interinstitucional para a desapropriação, depredação de instalações e
equipamentos por visitantes. Recentemente, o Parque recebeu recursos para
melhorar sua infraestrutura em termos de instalações (elétrica, hidráulica,
sanitários, abrigos), mas os problemas de manutenção continuam.
Ainda não se mencionou a necessidade de se colocar
em operação um plano de gerenciamento do lixo com participação da comunidade
(servi4Áo voluntário e remunerado).
A poluição industrial causada por Volta Redonda tem
tido impactos sobre a fauna e flora do parque provocando no desaparecimento de
alguns animais como o sapo (bio-indicador); presença de animais domésticos como
cães e gatos que predam os pequenos animais do parque; gado que invade terras e
degrada os mananciais. Outra ameaça é a extração predatória do palmito e de
madeiras para lenha, móveis, construção . Outro ponto é que não há a aplicação
de Critérios rígidos para a instalação de pousadas e hotéis na região. As
pousadas que estão no interior do parque lesam o fisco e degradam, sobretudo,
os recursos hídricos.
Fontes
http://www.icmbio.gov.br/parnaitatiaia/guia-do-visitante.html http://www.icmbio.gov.br/portal/o-que-fazemos/visitacao/ucs-abertas-a-visitacao/188-parque-nacional-do-itatiaia.html http://www.icmbio.gov.br/parnaitatiaia/#conteudohttp://observatorio.wwf.org.br/unidades/cadastro/387/ http://observatorio.wwf.org.br/site_media/upload/gestao/documentos/doc-15.pdf
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