Deserdados, Gritando HC e Cólera
Hangar 110 - 14/9/2013
DESERDADOS
Em 1994, Danone
(Leandro) e Jamaica (Edilson), então membros da banda Taquicardia, conhecem
Lambão (Renato) que vai a alguns ensaios desta banda, tornando-se amigo dos
integrantes. Danone (baixista) e Jamaica (baterista) continuam na Taquicardia
até janeiro de 1995, quando decidem deixá-la e, juntamente com Lambão na
guitarra e Alemão (Oziel) nos vocais, formam uma nova banda de Punk Rock.
Faltava um nome para o grupo, e Danone sugeriu o de um projeto de banda que ele
tinha há alguns anos antes. Todos gostam do nome e os DEZERDADOS começam a
ensaiar na garagem da casa do baixista, no Jardim Iguatemi, zona leste da
cidade de São Paulo. Nessa época, os quatro integrantes moram no mesmo bairro,
o que possibilita a freqüência dos ensaios e ajuda muito na criação das
músicas. Pouco tempo depois resolvem mudar a forma de escrever o nome da banda:
DESERDADOS. Com alguns meses de existência gravam uma demo em fita cassete para
começar a divulgação de suas músicas. As letras, de forma geral, abordam temas
do cotidiano na cidade, o desemprego, a violência nas ruas, o desejo de
mudança, de liberdade. Nessa primeira demo, intitulada “Grito de Revolta”, estão músicas como: Em Nome da Lei,
Hostilidade Militar (com uma base totalmente diferente da que foi gravada no CD
“Mau Exemplo?...”) e 3º Mundo (que era uma versão de uma música da banda The
Adicts). A produção da demo não fica boa, mas mesmo assim conseguem os
primeiros shows. A primeira apresentação ao vivo ocorre na zona norte de São
Paulo. Neste show dividem palco com as bandas Invasores de Cérebros, Indigesto,
Não Nascidos e Diagnóstico Social. Alguns meses depois, conseguem participar da
abertura de um show da banda Inocentes, juntamente com Lixo Suburbano e DZK. Já
no começo, a banda mostra uma grande influência do punk rock do final da década
de 70 e início dos 80, inclusive tocando em seus shows músicas de bandas como
Stiff Little Fingers, X-Ray Spex, Anti-Nowhere League, Clash e Adicts, o que
era pouco feito na época. Isso gera uma simpatia por parte de muitas pessoas
que iam aos shows e gostam de bandas deste estilo. Todavia, os Deserdados dão
mais importância às músicas próprias. O reggae e o ska também são influências
marcantes, mas na época ainda faltava certa ‘técnica’ para fazer músicas em
tais ritmos.
Nessa época, os shows mais freqüentes acontecem na
zona sul e leste da cidade de São Paulo, em Mogi das Cruzes, Taubaté,
Pindamonhangaba e no ABC Paulista. O primeiro show fora do Estado de São Paulo
acontece em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, após uma viagem longa e
cansativa em um ônibus torto, que só possuía alguns bancos, e em que estavam
amontoadas dezenas de pessoas, as bagagens, os instrumentos, garrafas, latas,
etc...
Em 1996, é criado o coletivo anarquista “O Motim”
ao qual fazem parte principalmente jovens do Jardim Iguatemi, Cidade Tiradentes
e Mogi das Cruzes, além dos integrantes da banda. Muitos dos encontros desse
coletivo são realizados na Praça do Jardim Iguatemi, próximo ao local de ensaio
dos Deserdados. Nessa praça, acontecem os primeiros shows da banda em seu
próprio bairro. Estes shows são ao ar livre e por lá também se apresentam
bandas como a extinta Rhinoceros, Suicidas do Subúrbio (que deu origem a atual
Colisão Social), e bandas de Mogi das Cruzes.
São convidados a participar da coletânea em CD “SP
PUNK Vol. 1”, organizada pela Desculpe Aturá-los Records. As músicas escolhidas
foram Punk Até A Morte e Eu Não Quero Mais. Essa coletânea, bem como
os outros volumes da mesma, dá um grande impulso ao Punk Rock paulistano nos
anos 90, estimulando muitas pessoas a formarem bandas, e outras que estavam
inativas há anos, voltarem a tocar. Este CD é responsável pelo primeiro contato
dos Deserdados com a mídia (revistas especializadas em Rock, rádio, etc).
Ainda em meados de 1996 a banda firma seu estilo.
Todos da banda preferem o Punk Rock ‘old school’ e isso fica explícito nas
músicas que estavam fazendo. Em 1997 partem para a gravação de mais uma fita
demo, desta vez com cinco músicas. 1977, Normas, Deixem-Me Em Paz, 3º Mundo e
Humilhação são gravadas no Estúdio Da Tribo, então localizado no bairro do
Tatuapé. Essa demo, chamada simplesmente de “Deserdados”, foi muito bem
comentada por revistas e fanzines, e os shows ficaram cada vez mais freqüentes,
dentro e fora do Estado de São Paulo.
A banda, desde o início, opta por não se prender
as ditas “panelas”, pois acham que essa é a melhor forma de conseguir shows em
diversos lugares e para um público variado. No entanto ainda existem muitas
barreiras, principalmente pelo fato de não ter um CD próprio. Apresentaram-se
no festival “20 anos do Movimento Punk no Brasil” realizado em Santo André/SP, dividindo o palco com bandas
como Cólera, Subviventes e Invasores de Cérebros.
Entram no ano de 1998 com planos de gravar uma
nova demo. É um ano em que se apresentaram muitas vezes no ABC paulista,
principalmente em Santo André e em São Bernardo do Campo, na extinta casa de
shows Planeta Rock.
No último dia desse ano, gravam no Estúdio
Cameratti, em Santo André, as primeiras três músicas para a citada nova demo.
São elas Rotina De Um Escravo, Destruidores e Distante Da Nossa Realidade.
Em 1999, o Planeta Rock e o Hangar 110 - este em
São Paulo - são passagem obrigatória para a maioria das bandas estrangeiras de
Punk Rock e Hardcore que aterrizavam no Brasil. No começo desse ano, a banda
Subviventes convida FDS, Invasores de Cérebros e Deserdados para abrirem um dos
shows da turnê da banda inglesa The Varukers, no Planeta Rock. Esse seria o
último show com Alemão nos vocais dos Deserdados. Seguem como um trio, com
Lambão assumindo os vocais. Uma coletânea beneficente em CD é lançada pelo selo
independente ROTHENESS RECORDS, na qual participam com a música 1977. A
coletânea é chamada de “NOISE FOR DEAF Vol.1” e a renda é doada à uma instituição
que cuida de crianças com problemas de audição em São Paulo. Nessa ocasião, os
Deserdados eram a única banda de Punk Rock da compilação, sendo que as demais
seguiam estilos como o Grindcore, o Crust, o Crossover... Isso prova que não se
importam de tocar com bandas de estilos diferentes, inclusive fora da cena
Punk/HC. Novamente entram em estúdio para gravar mais uma parte do que seria a
nova demo. São as músicas Não Há Chances, Lavagem Cerebral, Brasil e Yo Quiero
Ser Libre.
No mesmo ano, participam de outra coletânea em CD
(PUNK ROMPENDO FRONTEIRAS), que reúne bandas do Brasil, Argentina, Peru e
Bolívia. As músicas escolhidas são: Não Há Chances e Yo Quiero Ser Libre.
A idéia de lançar uma nova demo muda para a de
lançar o primeiro CD solo da banda. Porém precisam de mais músicas gravadas, o
que fazem no início de 2000. Em tempo record gravam, mais uma vez no Estúdio Da
Tribo, as músicas que completam o CD: Rock de Combate, Inferno Cinza, 1977,
Humilhação, Punk Até A Morte e 3º Mundo.
“REVOLUÇÃO, AGORA!” é o primeiro CD, lançado em agosto de 2000, depois
de mais de 5 anos de estrada. O trabalho tem boa aceitação por parte do
público, fanzines e revistas, inclusive internacionais. Com apenas alguns meses
com o CD nas lojas, são convidados para uma entrevista no zine Antimidia de
Nenê Altro, um antigo amigo. Esse os convida para lançarem o próximo trabalho
pelo seu selo, Teenager in a Box.
Em 2001, Basinha (Thiago) entra para a banda, para
fazer a segunda guitarra, ficando por aproximadamente seis meses. Os shows com
bandas de fora ficam mais freqüentes. Entre 2001 e 2002, no Hangar 110,
participam da abertura dos shows das bandas Rasta Knast(Alemanha), Varukers e
Lurkers(UK). Em Campinas tocaram com os finlandeses do RiistetytMarcam presença
também nos grandes festivais underground que acontecem em São Paulo: 1º
Festival SP Punk, A Um Passo do Fim do Mundo, Rock em Sampa, Da Tribo Rock Festival, e O Fim do Mundo. Em
meio a tudo isso, entram em estúdio novamente, para a gravação do segundo CD.
Algumas músicas são velhas conhecidas do público e outras inéditas. São elas
Hostilidade Militar, Normas, Fanzine, Assim É A História, Mau Exemplo,
Deixem-Me Em Paz, Bomba, Agora É A Nossa Vez, Em Nome Da Lei, Vivendo Nas Ruas,
Eu Não Quero Mais, Falha Mortal e O Racismo Não Deve Existir. Este segundo
trabalho solo da banda é lançado em dezembro de 2002 e seu título é “MAU
EXEMPLO?...”.
Em 2003, entra para a banda Celo (Marcelo), como
segundo guitarrista. Passam esse ano fazendo vários shows para a divulgação do
segundo CD. Entre 2004 e 2007 permaneceram fazendo shows nos mais diversos
lugares, porém mais esporádicos, por motivos pessoais dos integrantes da banda.
Mesmo afastados dos estúdios de gravação, continuaram preparando músicas para
um novo CD. Em 2007 são convidados para abrir um dos shows da banda
norte-americana The Casualties. No início de 2008, Danone decide deixar a
banda, por motivos pessoais. Celo, até então guitarrista, assume o baixo e a
banda volta a ser um trio.
Com essa formação trabalham músicas novas que farão
parte do novo disco, ainda sem título.
Gritando HC
Gritando HC foi formado oficialmente em
1995, mas desde 1992 já estavam criando os primeiros acordes nas garagens dos
amigos, como já é de fato uma tradição das bandas vinculadas ao mundo do Rock,
com o inspirador principal Donald junto com a Lê e algum tempo depois o
Ritchie, baixista da banda. Sempre em busca de seus ideais e lutando
contra as dificuldades habituais de uma banda independente, mas nunca deixando
essas dificuldades abater, muito contrário disso, as dificuldades sempre foram
vistas como superação e cada vez mais o Gritando HC se fortificava e com muita
personalidade foram marcando e registrando a sua história no underground
paulistano, o resultado da dedicação do Gritando HC foram as quase 1000
demo-tapes vendidas.
O som do Gritando HC resgata o peso e a energia
do Hardcore europeu e nacional do anos 1980, aliado a vitalidade e melodia do
Hard Core americano, com letras que vão da apologia ao Skate, baladas, aspectos
socio-políticos e tudo mais que merece um grito de protesto. Desde suas
primeiras apresentações em Abril de 1996, é comum para o Gritando HC, casas
lotadas com público vibrante e cheio de energia. Com aproximadamente 1000
Demo-Tapes vendidas até Setembro de 1997, com boa aceitação até mesmo na
Europa, o Gritando HC lançou seu primeiro CD independente, semi ao vivo, em
Dezembro de 1997, agora reeditado pela Voiceprint.
Donald - vocal (faleceu)
Renato Fonseca - guitarra (Lobotomia)
Fábio - bateria
Edgar Avian - bateria (Supla)
Eduardo - bateria (La Cruz) (faleceu)
Amauri - Guitarra
Renato Fonseca - guitarra (Lobotomia)
Fábio - bateria
Edgar Avian - bateria (Supla)
Eduardo - bateria (La Cruz) (faleceu)
Amauri - Guitarra
Integrantes
Lê - vocal
Dio - guitarra e vocal
Ritchie - baixo e vocal
Tony – bateria
Dio - guitarra e vocal
Ritchie - baixo e vocal
Tony – bateria
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
CÓLERA
Integrantes
Pierre (Bateria)
Val (Baixo)
Wendel (Voz)
Cacá Saffiotti (Guitarra)
Ex-integrantes
Redson Pozzi (Guitarra e Vocais) †
Fabio Bossi Baixo)
Josué Correia (Baixo)
Helinho (Guitarra)
Anselmo Pessoa (Guitarra)
História
Formada em 1979, pelos irmãos Edson
"Redson" Lopes Pozzi (baixo e vocais) e Carlos "Pierre" Lopes Pozzi (bateria)
acompanhados de Kinno (vocais) e Hélinho (guitarra), o Cólera se tornaria uma
das bandas de maior longevidade no cenário punk brasileiro.
Inicialmente influenciada pelo existencialismo
rústico da vila carolina as letras traziam um pouco das idéias do Condutores de Cadáver, banda da qual
Hélinho participou. Hélio escrevia versos como "agitação, revolução
destruição eu quero ver", algo que na fase madura da banda seria trocado
por "Pela Paz em todo o Mundo".
O resgate da produção musical desse período da
banda seria feito em 2006 com disco Primeiros Sintomas, do qual Hélinho também
participou. Por volta de 1981, Hélio e Kino saem da banda, e entra Valdemir
"Val" Pinheiro que assumiu o Baixo, Redson foi para a Guitarra e
vocais. A partir daí o Cólera encontrou sua mensagem numa postura pacifista,
antimilitarista e ecológica.
Nesse mesmo ano, participam do festival O Começo do Fim do Mundo1 no SESC
Pompéia em São Paulo, e participam das compilações internacionais em K7 Punk
Is... e Hardcore or What? do selo XCentric
Noise Records.
Em 1983, Redson cria o
selo Estúdios Vermelhos e lança a compilação SUB, que conta com o
Cólera, além das bandas Ratos de
Porão,Psykóze e Fogo
Cruzado. Nesse mesmo ano, participam do álbum-compilação internacional Beating
the Meat do selo XCentric Noise Records.
Em 1985, Redson muda o
nome do selo para Ataque Frontal e lança o álbum de estréia do
Cólera, Tente Mudar o Amanhã. No mesmo ano o
show de lançamento do álbum no Lira Paulistana é gravado, e sai no formato
split-LP com a banda Ratos de Porão e o selo também lança a
compilação Ataque
Sonoro que inclui músicas da banda.
Em 1986, lançam o álbum Pela Paz em Todo Mundo, que foi um
recordista de vendas em se tratando de um produção independente: 85 mil cópias1 , e participam da compilação
internacionalEmpty Skulls, vol. 2 do selo Fartblossom
Enterprizes. Também sai pelo selo Hageland Records, o EP Dê o Fora.
Em 1987, lançam o EP É Natal!!? e
tornaram-se a primeira banda de punk rock do Brasil a excursionar pela Europa, num circuito
alternativo, pelo underground punk europeu1 , tocando em squats com
bandas como a alemã Inferno e a inglesa Disorder, entre outras.
Voltam para o Brasil sem dinheiro e param de
lançar seus álbuns independentes. Isso faz com que os próximos álbuns só saiam
em 1989, quando foi
lançado o álbum ao vivo European Tour '87e o vídeo 20 Minutos de Cólera, ambos com gravações dos
shows da turnê européia, lançados pela A. Indie Records. Também é
lançado esse ano, o álbum de estúdio Verde, Não Devaste! pelaDevil
Discos.1 Durante esse
intervalo entre os álbuns fazem diversos shows com a banda brasiliense Plebe Rude.
Em 1992, é lançado o
álbum Mundo Mecânico, Mundo Eletrônico1 pela Devil Discos,
que conta com a regravação da música "1.9.9.2." do
primeiro álbum.
Em 2000, a banda ficaria
em evidência com a regravação da música "Medo" pelo Plebe Rude em seu álbum
ao vivo Enquanto a Trégua não Vem, e pela
regravação da música "Quanto Vale a Liberdade?" pelos Inocentes em seu álbum O Barulho dos Inocentes.
Em 2006, é lançado o
álbum Primeiros Sintomas com
gravações de 1979 e 1980. Nesse ano, o baixista Fábio sai da banda, sendo
subtituido pelo antigo baixista, Val.
Em 2009, deram início a turnê 30 Anos
Sem Parar! pelo Brasil, comemorando os 30 anos de banda.
Na madrugada de 28 de setembro de 2011, por
volta das 00:30 hs, foi informada a morte de Redson, que segundo a fotógrafa da
banda, Renata Lacerda, faleceu devido à uma hemorragia interna,
causada por uma úlcera no estômago.
Em 2012 um ano apos a morte de Rédson, a banda
anunciou um novo vocalista e decidiu continuar as atividades. O novo vocal da
banda foi assumido por Wendel, amigo de confiança de Rédson Pozzi; o mesmo foi
bem aceito e se encaixou perfeitamente de acordo com os antigos parâmetros da
banda. A banda assume o mesmo rumo e até data atual não se prevê nenhuma
inovação.
Discografia
Álbuns de estúdio
·
1.9.9.2. (K7, 1984)
Álbuns ao vivo
·
Ao vivo na Rádio (CD, 2000) [Bootleg]
EPs
Coletâneas
·
Ataque Frontal (LP, 2000, Order & Progress Records) [Bootleg]
·
Grito Suburbano - The Best of (CD e LP, 2004, Dirty Faces)
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